quarta-feira, 30 de julho de 2014

Cada casa desta vila africana é uma verdadeira obra de arte


No oeste da África, em Burkina Faso, existe uma pequena vila chamada Tiébélé. Em um espaço circular com pouco mais de 1.2 hectares, moram as pessoas do grupo Kassena, que vivem praticamente isoladas do resto do mundo e mantêm uma identidade cultural bastante forte, distinta e histórica. Parte disso é revelado nas paredes das casas.

Cada residência possui um certo padrão de pintura e cor, garantindo uma “cara” única para cada casa. Muitas delas não são habitadas por integrantes do grupo, mas por cadáveres. Os mausoléus ficam juntos às residências comuns e trazem sua própria beleza, também expressa por meio da pintura nas paredes.
Todos os anos, passado o período de chuvas, as casas são repintadas pelas mulheres do grupo. Os símbolos são tradicionais da cultura Kassena e trazem seus próprios significados, além de representarem o dia a dia dos moradores.
Confira algumas fotos tiradas pela fotógrafa Rita Willaert, que conseguiu permissão para conhecer Tiébélé de perto:











Fonte: http://www.hypeness.com.br/2014/07/cada-casa-desta-vila-africana-e-uma-obra-de-arte/

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Toni Morrison fala sobre o dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha

Na ousadia de sair do senso comum pode estar a explicação para uma das conquistas que mais se sobressaem no currículo da escritora, editora e professora estadunidense Toni Morrison: há 20 anos, ela recebeu o cobiçado Prêmio Nobel – no caso, o de Literatura. Uma conquista admirável, se levarmos em conta que menos de 10% de mulheres – negras, como ela, ou não – conquistaram o prêmio sueco, criado em 1901.
E é com a acadêmica, atualmente com 83 anos, e que também já faturou o Pulitzer, que o Hoje em Dia conversou com exclusividade para lembrar o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, evidenciado na próxima sexta, 25, em vários países.
Cumpre lembrar que as aludidas ousadias de Morrison tiveram como pano de fundo um período em que, nos Estados Unidos, falar sobre causa negra por meio da arte ainda era tabu. Passado o tempo, a autora segue a viver com autenticidade. A cabeleira, hoje grisalha, sustenta dreads e boinas de crochê. Outra “inconformidade”? “Ainda escrevo a lápis e luto para transferir o texto ao computador”. O Nobel, lembra ela, ainda reverbera nos “muitos convites para palestras”. O que, para uma senhora na casa dos 80, representa, sim, um certo esforço.
A “força visionária” de Toni – uma definição da própria academia sueca para ela – está presente com intensidade em seus livros. A americana estreou como romancista em 1970, com “O Olho Mais Azul”. Mas o livro mais festejado de Toni é “Amada”, com o qual ela venceu o já citado Pulitzer, em 1988. Em 2006, a publicação foi eleita, pelo “New York Times”, o livro de ficção mais importante dos últimos 25 anos nos Estados Unidos.
A história se passa depois da guerra civil, quando a escravidão havia sido abolida nos Estados Unidos. Nela, uma escrava foge com os filhos de uma fazenda, na qual era mantida cativa.
Prêmio Nobel quis morar no Brasil
Mesmo com a fama, ainda sente o racismo?

Toni Morrison – Racismo é um vírus cuja doença provocada não tem cura. E os portadores dessa doença diminuem e crescem de acordo com a política e o lucro. Pessoalmente, eu sempre me senti moralmente superior aos racistas e de uma forma imune. Afinal, sem racismo, racistas não são nada. Eles precisam dessa doença para abrandar a sua miséria.
Que memória tem sobre o nosso país?

Estive no Brasil duas vezes antes de Paraty (Festa Literária, em 2006). No Rio de Janeiro e em viagens à Bahia e à Minas Gerais. As paisagens, o povo, a cultura me encantaram. Eu sempre pensei que se eu tivesse que deixar os EUA eu iria me mudar para o Brasil imediatamente.
Que outras “escravidões” precisam ser superadas em nosso século?

As gerações futuras podem muito bem rejeitar todas as formas de escravidão. Os jovens, parece-me, são mais sensíveis e mais indignados do que os velhos por causa da opressão que sofreram.
tomi
Um trançado cultural pelo livro
“Sabe por que eu não queria ser negra quando criança? É que nas ilustrações dos livros, as negras eram feias, cheias de estereótipos”, lembra a editora Maria Mazarello Rodrigues, a “Mazza”, que há 33 anos mantém uma editora em Belo Horizonte e dedica-se à publicações para questões étnico-raciais.
Mazza decidiu abrir o empreendimento depois de um mestrado como bolsista pela Europa, somado às lembranças de um passado como criança num Brasil com pouca ou quase nenhuma publicação voltada para a questão cultural dos negros. A editora tornou-se então uma das pioneiras e das mais duradouras experiências empreendedoras no segmento.
Nas mais de três décadas à frente da Mazza Edições, a editora estima que já tenha publicado mais de 300 títulos com a temática. Ela calcula que entre dez e vinte escritoras são negras.
Mas não é pouco? “Hoje, este número mais que triplicou. Pois quando comecei, não tínhamos mais que quatro escritoras negras”, compara. Um dos impulsos para isso é a Lei Federal 10.639 (2003), que inclui no currículo escolar o ensino da cultura afro-brasileira. Daí, novas escritoras despontaram e passaram a ter livros comprados pelo governo. Mas isso não significa que a Mazza Edições não publique livros de brancos, árabes ou orientais. “Isso seria racismo”, constata.
Uma das autoras mais lidas do “casting” de Mazza é a educadora Nilma Lino Gomes. Mineira de Ponte Nova, ela tornou-se “a primeira mulher negra no Brasil a comandar uma universidade federal”. Hoje, é reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
“A questão para mim não é ‘ser uma escritora negra no Brasil, hoje’. É ser uma escritora negra, no Brasil, que assume o lugar político da sua produção literária”, explica a reitora. Nilma diz que quando escreve sobre trajetórias dos negros, destaca sua infância, numa narrativa que pensa no caráter libertador da literatura para tantos leitores negros, brancos e indígenas.
“Eles poderão ter contato, já na infância, com livros que exploram, de forma literária, a beleza, a força e a garra dos negros e negras brasileiros. Meus livros são um exercício de reconhecimento e esperança”, acrescenta, concordando com Mazza sobre a filosofia editorial do grupo.
Nilma escreveu um dos xodós da editora, o livro para crianças “Betina” (2009), sobre a história de vida da cabeleireira Betina Borges (Foto acima), outra pioneira, mas nos salões de beleza voltados para afro-descendentes – ou não. “Com esse livro, já fui a dezenas de escolas. Faço trancinhas nas meninas negras. E as meninas brancas também pedem”, alegra-se a cabeleireira.
A literatura antes e depois de Carolina
A dona de uma das vozes pioneiras da literatura negra no Brasil chama-se Carolina Maria de Jesus (1914–1977), cujo centenário de nascimento está sendo lembrando neste ano.
Durante uma reportagem sobre a expansão da favela do Canindé, em São Paulo, o jornalista e escritor Audálio Dantas, encontrou-se com a catadora de papel que até hoje já vendeu 80 mil livros no Brasil e que foi traduzida para 15 idiomas.
Na época uma desconhecida, virou-se para Dantas e disse que colocaria no livro dela o nome dos homens que estavam ocupando uma área de lazer das crianças na favela.
Autoconfiança demais? Dantas diz que Carolina já tinha procurado jornais para mostrar os manuscritos, mas que não quiseram ouvi-la. “Eu quis. Repórter tem que estar despido de querer tomar partido. Mas se for tomar, tome o partido do lado mais fraco. Esta é a minha filosofia”, defende.
Nas primeiras dez linhas lidas, Dantas percebeu que aquilo tinha muito valor. “Era um texto documental de muita importância. A letra dela era bastante razoável, fácil de ler, mas com todas as falhas de ordem gramatical. Mas neste caso, a gramática não tinha tanta importância”, considera.

Saindo da favela
Entre os livros publicados, o mais conhecido é “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”. A publicação, lançada no início dos anos 1960, relata o dia a dia na favela.
“Depois do livro, ela comprou uma casa, não se deu bem com a vizinhança, comprou um sítio, e lá viveu”, diz o jornalista que a ajudou na compilação de alguns títulos.
Segundo Dantas, Carolina Maria de Jesus, durante esses anos, é um nome recorrente na vida dele. “A memória é que ela protagonizou um fato importantíssimo. Ela tornou-se uma referência por vários intelectuais. É considerada literatura marginalizada, mas literatura. Muita gente torceu o nariz na época”.
Se hoje há uma literatura da periferia, acredita Dantas, é “evidente” que Carolina influenciou esta questão.

A agenda de eventos em todo Brasil sobre o centenário de nascimento da escritora pode ser conferida no perfil facebook.com/anocentenariocarolinamariadejesus.
O porquê
O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na República Dominicana. O dia é o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra.

Fonte: http://www.geledes.org.br/toni-morrison-fala-sobre-o-dia-da-mulher-afro-latino-americana-e-caribenha/

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Fotógrafo questiona a falta de protagonistas negros no cinema com série de fotos impactante

Por que, entre tantos clássicos do cinema que fogem do contexto da escravidão, temos tão poucos protagonistas negros? Um fotógrafo senegalês decidiu refletir sobre esse assunto com uma exposição incrível.


“Se Audrey Hepburn fosse negra, ela teria estado em ‘Bonequinha de Luxo’?”, questiona Omar Victor Diop, autor da obra intitulada ONOMOllywood. O exposição é um pedido de discussão sobre a falta de grandes personagens negros no cinema. As fotos reproduzem cenas de filmes de grande sucesso, como “Thelma and Louise”, “Beleza Americana”, “Psicose” e “Matrix”.






O fotógrafo franco-americano Antoine Tempé contribuiu no projeto. A exposição esteve em São Paulo (SP) em agosto do ano passado. Infelizmente, não possui previsão de volta.

Fonte: http://www.hypeness.com.br/2014/02/fotografo-questiona-a-falta-de/




Coletivo Baobá, nasce do encontro de criadores de diferentes áreas.

O ponto de partida para formação foi a afinidade com a estética e cultura africana na África e no Mundo.











Gessica Justino (bailarina/professora/ produtora), Tenka Dara (estilista/ jornalista/ produtora), Nay Mahim (bailarina/ pesquisadora), Asumi Hiramoto (designer de moda/produtora/ pedagoga), Stéphane Munnier(fotografo/designer gráfico), se juntam para pensar no real papel da ARTE.
A arte, expressão comum a todos nós é a base das produções do Coletivo.


A arte ocidental tem a Europa como ponto de partida, mas para o Coletivo as suas principais referências vem da África e da diáspora africana no contexto contemporâneo , e também, urbano.A imagem reflete a identidade, a arte pode ser mais do que uma alegoria, pode ser também um veículo de comunicação com o poder de construir e de desconstruir paradigmas.
O Coletivo pretende difundir arte e cultura, romper fronteiras entre as linguagens de maneira que tudo interaja e se integre. Onde musica, dança, poesia, artes plásticas, design, cinema, moda falem juntos das africanidades no mundo de sempre e no mundo de HOJE. Nas Áfricas a arte é naturalmente uma experiência interdisciplinar e coletiva.
Um sensacional ensaio da fotografa belga Maëlle André para a revista online Motel Magazine.




Fonte: http://www.geledes.org.br/coletivo-baoba-nasce-encontro-de-criadores-de-diferentes-areas/

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A inspiradora história do sem-teto que se recusa a pedir esmola e ganha a vida vendendo livros usados

Nos sinaleiros de Joanesburgo, na África do Sul, Philani Dladla não quer esmola ou alimentos, como a maioria dos moradores de rua. Com 24 anos e tendo se livrado da dependência química com a ajuda de livros de autoajuda, hoje ele vende livros usados para conseguir se manter.
Dladla foi descoberto pelo cineasta sul africano Tebogo Malope, que publicou um pequeno documentário sobre a vida do rapaz. Desde então, as pessoas têm procurado Philani Dladla para fazer doações, comprar obras e conversar sobre literatura.
O rapaz comercializa os livros usados com adultos, mas quando é uma criança que o procura, ele dá a obra desejada como presente. Segundo Dladla, esta é uma forma de incentivar a leitura e tornar os pequenos pessoas melhores.

Conheça esse incrível exemplo no vídeo abaixo:





Fonte: http://www.hypeness.com.br/2014/07/a-inspiradora-historia-do-sem-teto-que-ganha-a-vida-vendendo-livros-usados/

Vídeo viral: "Crianças podem acabar com o racismo"

Tyler James, um menino de ascendência africana, foi recebido com abraços pelos seus colegas da creche, nos EUA, depois de ter estado ausente durante uma semana. O pai filmou com o telemóvel a calorosa reação e publicou um vídeo no Youtube, que se tornou viral.
Shawn Harris, pai de Tyler, ficou maravilhado com o que viu e escreveu: “Adoro isto. As crianças podem mesmo acabar com o racismo. Este vídeo é a prova e que o racismo é ensinado”. E acrescentou: “Este pequeno filme  pode alterar o modo como as pessoas adultas se tratam entre si.”

No vídeo, podemos escutar a educadora da creche a avisar as crianças: “Atenção, o Tyler está de volta!”. 




“Tyler, Tyler”, ouvimos o coro de vozes dos mais pequenos, até que uma menina se dirige ao amigo, dá-lhe um grande abraço, e faz-lhe festas carinhosas no cabelo afirmando: “Tyler, eu gosto do teu cabelo!”. 

O vídeo foi publicado a 25 de Junho e já conta com mais de 500 mil visualizações e centenas de comentários, a maior parte deles num tom otimista. "Acredito sinceramente que a nova geração de americanos vai criar uma sociedade mais tolerante e respeitadora", diz uma das utilizadoras.


Fonte:http://boasnoticias.pt//noticias_video-viral-criancas-podem-acabar-com-o-racismo_20269.html?page=0


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Hoje é comemorado 1° Mandela Day desde a morte do líder

Hoje é comemorado o primeiro Mandela Day desde a morte do ex-presidente e Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela em dezembro do ano passado, aos 95 anos.    
A data, que é comemorada no dia de seu aniversário, foi estabelecida pelas Nações Unidas (ONU) em 2009 para homenagear o líder sul-africano e inspirar as pessoas a fazer o bem.   
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que "no ano passado, o mundo perdeu um de seus maiores líderes quando Nelson Mandela faleceu", "nós lembramos seu legado, especialmente em seu aniversário, 18 de julho".    
"Sua extraordinária compaixão após 27 anos mostrou que os direitos humanos e igualdades são mais fortes que a discriminação e o ódio", acrescentou.    Ban destacou que o Apartheid se foi, mas o planeta ainda enfrenta problemas terríveis, como pobreza, discriminação, mudanças climáticas, conflitos, entre outros.    

"O Nelson Mandela Day é um chamado à ação. Cada um de nós pode celebrar este dia ajudando a resolver problemas reais em nossa comunidade. Juntos, podemos dar um grande significado a nossa celebração, criando o caminho para um futuro melhor", concluiu.    A Fundação Nelson Mandela declarou, em comunicado, que "nossa mensagem tem que ser essa: o Senhor Mandela se foi, mas seu legado continua vivo; Ele se foi, mas o trabalho que ele começou terá continuidade".    
Ainda de acordo com a fundação, o Mandela Day não diz respeito a gestos simbólicos. "Não diz respeito a 'um dia de generosidade e depois voltar a rotina normal'", mas é uma "campanha para construir uma cultura de ajuda. Para encorajar as pessoas a tomar responsabilidade de fazer o mundo um lugar melhor para todos".    Nelson Rolihlahla Mandela, também conhecido como Madiba, nasceu em 18 de julho de 1918, na cidade de Mvezo, na África do Sul.    
Líder da luta contra a segregação racial na África do Sul, ele passou quase 30 anos na cadeia. Ele foi solto somente em 11 de fevereiro de 1990, em razão da pressão dentro e fora do país. O então presidente da África do Sul, Frederik Willem de Klerk, com que dividiu o Prêmio Nobel da Paz anos mais tarde, intercedeu por sua soltura.    

Em 1994 ele assumiu como primeiro presidente negro do país, cargo que ocupou até 1999, período durante o qual comandou a transição política da nação.    
Após passar vários meses hospitalizado por conta de uma infecção pulmonar reincidente em 2013, ele faleceu aos 95 anos.

Fonte: http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2014/07/18/hoje-e-comemorado-1-mandela-day-desde-a-morte-do-lider-2/?from_rss=None

terça-feira, 15 de julho de 2014

Primeira negra a ganhar ouro olímpico, Alice Coachman morre aos 90 anos


Americana conquistou medalha no salto em altura nas Olimpíadas de 1948, em Londres. Alice estava entre as 100 maiores figuras olímpicas da história.




Alice Coachman faleceu aos 90 anos. Ela é uma das 100 maiores figuras olímpicas da história


Alice Coachman entrou para a história das Olimpíadas em 1948. Durante os Jogos de Londres, o primeiro após a Segunda Guerra Mundial, a americana nascida em Albany, estado da Georgia, tornou-se a primeira mulher negra a conquistar um ouro olímpico. Eternizada na história, Alice faleceu nesta segunda-feira, aos 90 anos. Em abril, a vencedora do salto em altura em Londres sofreu um AVC e desde então sua condição de saúde era precária.

Alice Coachman durante uma prova do salto em altura, quando jovem
Alice está no Hall da Fama do atletismo norte-americano desde 1975 e foi nomeada em 1996, nas Olimpíadas de Atlanta, como uma das 100 maiores figuras olímpicas da história. Ela também foi precursora na área da publicidade entre os atletas. Em 1952, assinou um contrato de patrocínio com a Coca-Cola, sendo a primeira mulher negra a conseguir tal feito.

Sua medalha olímpica veio aos 24 anos, em sua primeira e única Olimpíadas. Ela venceu a prova do salto em altura com 1,68m como marca, e ganhou a medalha das mãos do Rei George VI. Um ano depois, se aposentou do atletismo. Alice conquistou 34 títulos americanos e foi campeã por 10 anos seguidos.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2014/07/primeira-negra-ganhar-ouro-olimpico-americana-morre-aos-90-anos.html

Livro “Brasil e África: laços poéticos” será lançado na Bienal de São Paulo

Os autores Dye Kassembe, Valdeck Almeida de Jesus, Walter S e Eduardo Quive estreitam laços literários entre países lusófonos

Antologia com poemas de autores do Brasil e África
Depois de ser lançado em Angola e em Genebra, será feita exposição e venda do livro “Brasil e África: laços poéticos” vão acontecer durante o 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, de 22 a 31 de agosto de 2014, no Anhembi, São Paulo, no estande da PerSe Editora.


A obra literária foi ideia do brasileiro Valdeck Almeida, que se juntou a Dye Kassembe, Walter S e Eduardo Quive. Durante meses trocaram correspondências até chegar ao formato do livro, que reúne poemas de cunho social, cada autor com foco nos problemas e vivências em seus países de origem. No prefácio, o historiador e escritor português Pedro Silva afirma que “entre a poetisa Dye Kassembe e os poetas Eduardo Quive, Walter S e Valdeck Almeida de Jesus algo os distingue em termos de estilo e temáticas adotadas. No entanto, muito os une em termos de paixão por aquilo que fazem. Esse sentimento perpassa, de forma transversal, todo o conjunto de textos aqui reunidos”.

Inicialmente o projeto seria lançado no Brasil, mas acabou sendo abraçado por Dye Kassembe, cuja paixão pela poesia lhe fez apresentar os poemas em Angola. A edição angolana saiu pela Editora das Letras, especialmente para a Semana Cultural Moçambique-Angola, em 2013. Para os autores participantes foi uma honra e uma oportunidade de divulgação entre poetas africanos, estreitando os laços poéticos e literários entre países de língua portuguesa. Agora em versão limitada, pela editora brasileira Galinha Pulando, a antologia alça voos na Europa.

Os autores
Dye Kassembe (Amélia de Fátima Cardoso) nasceu em Angola. Aluna exemplar, foi noviça no convento de São José de Cluny onde fez todo ensino secundário. Licenciada em Ciências humanas opçâo filosofia polîtica do desenvolvimento na Universidade de Paris VIII St. Denis - França onde vive há trinta anos.

Valdeck Almeida de Jesus (1966) é jornalista, funcionário público, editor, escritor e poeta. Embaixador Universal da Paz, Membro da Academia de Letras do Brasil, Academia de Letras de Jequié, Academia de Cultura da Bahia, Academia de Letras de Teófilo Otoni, Poetas del Mundo, Fala Escritor, Confraria dos Artistas e Poetas pela Paz e da União Brasileira de Escritores.

Walter “S” – um mero poeta. De nome próprio Walter Dos Santos, nasceu em Luanda-Angola, a 03 de Dezembro. Católico Romano, de família modesta e humilde. Estudos primários na Escola Defesa Civil, Neves Bendinha e Escolinha da Paz, em Viana. Cursou Ciências Sociais e Mat. Física, no PUNIV da ENPPI, Kapolo 2 e IMNE Marista “Cristo Rei”, em Luanda, respectivamente. Estudante de Economia e Gestão na UCAN, de Letras na UCB e igualmente frequenta a AIU, na Especialidade de Tecnologias de Informação. Técnico de Seguros e Pensões numa Companhia de Seguros, em Luanda.

Eduardo Quive reside na Matola, província de Maputo. É jornalista cultural do semanário @Verdade (verdade.co.mz) e é director editorial da Literatas – Revista de Literatura Moçambicana e Lusófona (revistaliteratas.blogspot.com) e corespondente do jornal Cultura – Jornal Angolano de Artes e Letras – dentre outros órgãos de informação no Brasil. O seu primeiro livro de poesia intitula-se “Lágrimas da Vida Sorrisos da Morte” (FUNDAC, 2012). É membro fundador do Movimento Literário Kuphaluxa do Centro Cultural Brasil – Moçambique.

Serviço
O que: Exposição e venda do livro “Brasil e África: laços poéticos”
Quando: 22 a 31 de agosto de 2014
Onde: Estande da PerSe Editora – 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

Fonte: http://www.iteia.org.br/jornal/livro-brasil-e-africa-lacos-poeticos-sera-lancado-na-bienal-de-sao-paulo

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Na Moral: as Xicas da Silva da ficção comentam sobre racismo

As atrizes Zezé Motta e Taís Araújo vão falar sobre as novelas que protagonizaram. 'Eu não sofri tanto quanto a geração da Zezé', diz Taís

Zezé Motta e Taís Araújo participam do Na Moral (Foto: Na Moral/TV Globo)

Uma Xica da Silva do cinema e outra da telenovela. Zezé Motta e Taís Araújo são as convidadas para lá de especiais do Na Moral desta quinta-feira, dia 10, para debater sobre um tema polêmico e ainda atual: o racismo.
Enquanto Zezé sofreu duras críticas ao protagonizar cenas de relações amorosas inter-raciais, como em Corpo a Corpo (1984), quando fez par romântico com Marcos Paulo, Taís Araújo encontrou um público menos preconceituoso ao fazer par romântico com o galã Reynaldo Gianecchini, em "Da Cor do Pecado". "Eu não sofri tanto quanto a geração da Zezé. Mesmo assim, ainda temos muito a evoluir", disse Taís.
Ela interpretou a primeira Xica da Silva, no filme de Cacá Diegues. Foi par romântico em 1986 do galã da televisão daquela época, o ator Marcos Paulo, e mesmo assim sofreu muito com o preconceito racial do público brasileiro. Experiências que sofreu na infância e durante sua carreira fez de Zezé Motta militante do Movimento Negro Contra o Racismo.
"Adoro participar desse tipo de programa e desse tipo de discussão. E infelizmente enquanto houver racismo no Brasil, a gente tem que continuar debatendo e denunciando", disse a atriz, que vai contar experiências de arrepiar que sofreu durante sua trajetória na televisão.

Taís Araújo diz não ter sofrido tanto preconceito em sua carreira (Foto: TV Globo / Na Moral)

Fonte: http://gshow.globo.com/programas/na-moral/por-tras-das-cameras/noticia/2014/07/na-moral-as-xicas-da-silva-da-ficcao-comentam-sobre-racismo.html

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pesquisa revela que mulheres negras estão fora do cinema nacional

Apesar de ser a maior parte da população feminina do país (51,7%), as negras apareceram em menos de dois a cada dez longas metragem entre os anos de 2002 e 2012. Além da “total exclusão” nos cargos técnicos, a representação no elenco está limitada a estereótipos associadas à pobreza e à criminalidade



Por Isabela Vieira, da Agência Brasil.
As mulheres negras* não estão nas telas de cinema, nem atrás das câmeras. Pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) mostra que pretas e pardas não figuraram nos filmes nacionais de maior bilheteria. Apesar de ser a maior parte da população feminina do país (51,7%), as negras apareceram em menos de dois a cada dez longas metragem entre os anos de 2002 e 2012. Além disso, atrizes pretas e pardas representaram apenas 4,4% do elenco principal de filmes nacionais. Nesse período, nenhum dos mais de 218 filmes nacionais de maior bilheteria teve uma mulher negra na direção ou como roteirista.
Coordenada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj, um dos mais renomados centros de estudos de ciência política na América Latina, a pesquisa A Cara do Cinema Nacionalsugere que as produções para as telonas não refletem a realidade do país, uma vez que 53% dos brasileiros se autodeclaram pretos ou pardos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O prejuízo, na avaliação das autoras do estudo, é a influência de determinados valores sobre a audiência.
“Pelos dados, a população brasileira é diversa, mas essa diversidade não se transpõe para ambientes de poder e com maior visibilidade”, disse uma das autoras, a mestranda Marcia Rangel Candido. Ela acrescenta que, além da “total exclusão” nos cargos técnicos, a representação no elenco está limitada a estereótipos associadas à pobreza e à criminalidade. “As mulheres brancas exercem vários tipo de emprego, são de várias classes sociais, a diversidade é maior”, destaca.
A doutoranda Verônica Tofte, coautora da pesquisa, diz que a baixa representatividade de mulheres em postos mais altos do cinema – elas ocupam 14% dos cargos de direção e 26% dos postos de roteiristas entre os filmes mais vistos -, além da invisibilidade das negras no elenco, são distorções da sociedade. “A ausência de mulheres, principalmente as negras, nesses papéis gera baixa representação e reproduz uma visão irreal do Brasil.” De acordo com a pesquisa, nenhuma das diretoras ou das roteiristas entre os filmes pesquisados era negra.
Para chegar ao perfil racial, a pesquisa comparou imagens de 939 atores, 412 roteiristas e 226 diretores de filmes, excluindo documentários e filmes infantis. “Usamos um modelo de identificação em que o pesquisador é que define o grupo racial ao qual pertence o sujeito”, esclareceu Marcia. Na classificação, para a comparação, foi utilizada uma escala de fotos de oito indivíduos, do mais branco para o mais preto, estabelecida em trabalhos científicos anteriores.
A lista dos filmes mais vistos no período é da Agência Nacional do Cinema (Ancine), organização que, na avaliação do premiado cineasta negro Joel Zito Araújo, deveria ter um papel ativo na promoção da diversidade no audiovisual. Ao avaliar a pesquisa do Iesp, ele disse que a agência precisa atuar. “Somente quem governa, que tem poder de criar políticas públicas, é que pode criar paradigmas para a nação e resolver essa profunda distorção”, disse.
Apesar de ter a função de fomentar e regular o setor, procurada, a Ancine informou que “não opina sobre conteúdo dos filmes, elenco ou qualquer coisa do tipo”.
Especialistas avaliam que há racismo na produção audiovisual brasileira
A baixa participação de mulheres negras* no cinema nacional é consequência de um elemento estrutural na sociedade brasileira: o racismo. A avaliação é do cineasta Joel Zito Araújo, que comentou pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) sobre os filmes brasileiros de maior bilheteria entre os anos de 2002 e 2012. Para a diretora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Irene Ferraz, a escolaridade e o acesso a recursos para a produção audiovisual poderiam reverter esse quadro.
O estudo A Cara do Cinema Nacional constatou que nenhum dos 218 longas-metragem nacionais analisados contou com uma mulher negra na direção ou no roteiro. A presença delas nas telas também é baixa: atrizes pretas e pardas representaram apenas 4,4% do elenco principal desses filmes.
Segundo Araújo, que é P.H.D. pela Universidade de São Paulo (USP), aliado ao racismo, que invisibiliza produtores negros no cenário nacional, o padrão estético das produções atuais ainda está calçado em ideias do período colonial, provocando distorções em todas as artes, inclusive no cinema. “A supremacia branca, o reforço da representação dos brancos como uma ‘natural’ representação do humano é chave para tudo isso. O negro representa o outro, o feio, o pobre, o excluído, a minoria não desejada.” Por isso, segundo ele, não está nas telas.
A opinião do cineasta é a mesma da coautora da pesquisa da Uerj, a doutoranda Verônica Tofte, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp). Ela lembra que o Estatuto da Igualdade Racial tratou de prever a igualdade de oportunidades em produções audiovisuais, mas as leis são vagas e insuficientes para mudar a cara do cinema. “O Brasil tem uma legislação para tratar dessa situação, de conferir oportunidades iguais, no entanto, ela é burlada, sem fiscalização.” Verônica defende a distribuição de recursos do audiovisual para realizadores negros.
A diretora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Irene Ferraz, reconhece que é baixa a presença de pessoas pretas e pardas em posições de mais visibilidade e prestígio no cinema, como o elenco, a direção e a produção de roteiros. Para ela, o problema começa na formação. “O cinema é uma arte muito complexa, envolve uma indústria, precisa de editais, recursos, se você tem uma escolaridade, chegará lá. Acontece que, na nossa sociedade, o negro está excluído em várias áreas”, avaliou, em relação à subrepresentação. “O cinema reflete o que é a sociedade”, completou.
O presidente do Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual, Luiz Antonio Gerace, não vê como um problema a ausência de mulheres negras no cinema. Segundo ele, a exclusão pode diminuir a partir do maior acesso a cursos de audiovisual. “É verdade que as mulheres ocupam mais os cargos de assistente de figurino e camareira do que direção e roteiro. Mas se fizer faculdade, por exemplo, vai ter a mesma chance que os outros.”
O argumento da educação, no entanto, é frágil, na avaliação de Joel Araújo. Para ele, a solução passa por políticas públicas. “Cabe à Ancine [Agência Nacional do Cinema] buscar meios para resolver essa distorção profunda. E não ficar esperando que uma futura desejada educação de qualidade para todos extermine o nosso racismo estrutural”, destacou.
Procurada pela Agência Brasil, a Ancine, que tem a função de fomentar e regular o setor, informou que “não opina sobre conteúdo dos filmes ou elenco”. Já o Ministério da Cultura informou ter investido R$ 5,1 milhões em editais de produção audiovisual este ano. Desse total, R$ 2,8 milhões foram destinados a jovens realizadores negros, cuja contratação foi feita em 2012.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2014-07/pesquisa-revela-que-mulheres-negras-estao-fora-do-cinema-nacional